terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por que nos machucamos ao praticar ãsanas?



Em seu livrete “Asana e Lesões em Astanga Yoga”, Matthew Vollmer esboça o propósito mais profundo desta prática para que nos debrucemos sobre os possíveis riscos de nos machucarmos, propondo uma reflexão sobre as causas das lesões, como evitá-las e o que fazer quando elas ocorrem.

Há mais de 15 anos a praticar e pesquisar o Ashtanga Vinyasa Yoga, Matthew acredita podermos usar as lesões como fonte de aprimoramento e, através delas, ganhar mais consciência de nossos processos internos.

...”As sequências de Ashtanga Yoga prescritas forçam-nos a praticar posturas que não conseguimos fazer, o que coloca em evidência as áreas do nosso corpo, da nossa consciência e do nosso espírito que se encontram bloqueadas e que necessitam ser trabalhadas. Sabemos ter encontrado os nossos melhores mestres justamente nos pontos de maior dificuldade nos asanas”...

Depois de anos a ensinar e observar atentamente muitos praticantes, Vollmer enumera, neste manual, 10 razões principais que comumente resultam em machucados:

1.       “Podemos ter nascido com condições que podem ou não ser hereditárias. Por exemplo, alguns nascem com escoliose ou lordose, o que torna a coluna vulnerável.
2.       Podemos ter nos machucado no passado, como resultado da prática de um esporte, de um passatempo ou de um acidente. Ou submetemos a esforço alguma parte específica de nosso corpo devido à prática de um esporte, sem ter causado uma lesão efetiva... por exemplo, jogadores de vôlei costumam ter os joelhos fragilizados, com meniscos compactados ou às vezes avariados, devido aos saltos e quedas pesadas.
3.       Podemos sofrer de algum estado de saúde precário do qual não temos noção e que nos torna vulneráveis a qualquer atividade de cunho físico. Um exemplo disso é a osteoporose que torna os ossos fracos e quebradiços.
4.       Podemos sofrer um acidente fora do tapete de yoga u causar dano a alguma parte do corpo, ou podemos sair para um fim-de-semana e praticar um esporte novo ou participar de alguma atividade que submete o nosso corpo a um esforço desconhecido. Isso nos torna vulneráveis durante as práticas que se seguem. Por exemplo, costas submetidas a um grande esforço e ombros cansados em razão de uma caminhada carregando uma mochila pesada à qual não estamos acostumados podem colocar em risco os nossos músculos das costas e da nuca.
5.       Podemos passar por um período de tensão emocional ou mental em casa ou no trabalho. Essa condição costuma reduzir a nossa capacidade de manter a concentração, repercutindo no nosso corpo e nos tornando vulneráveis nas práticas seguintes.
6.       Podemos passar por uma estafa física fora da prática, por exemplo, de uma nuca dolorida após passar o fim-de-semana inteiro ao computador para atender um prazo. Esse tipo de problema costuma intensificar-se porque chegamos ao tapete de yoga na segunda-feira ansiosos por uma prática vigorosa para amainar a sensação de inflexibilidade e dor e então exageramos.
7.       Podemos nos machucar em razão de um companheiro de prática que cai sobre nós, ou da falta de critério de um professor.
8.       Podemos nos machucar nos estágio iniciais de aprendizado de uma postura em razão da falta de experiência nossa ou do professor.
9.       Podemos nos machucar durante uma prática, seja ela em casa ou, mais comumente, em aula. É mais provável nos machucarmos em aula ou em práticas de grupo porque somos influenciados pela energia que nos circunda e podemos ser incentivados pela energia dos companheiros. A presença destes, ou a sua energia, pode nos induzir a avanças mais que o habitual numa postura, ou executá-la nos padrões normais, porém de maneira mais descuidada, sem nos dar conta do fato, ou ignorando-o, que estamos mais impetuosos ou menos concentrados do que de costume.
10.     Podemos nos machucar por um desejo obsessivo de simetria numa postura em que isso simplesmente não é possível”.

Matthew Vollmer é natural de Londres, praticante de Ashtanga Vinyasa Yoga desde 1993 e responsável pela escola Astanga Spirit, no Rio de Janeiro, onde reside com sua família. No site www.astangaspirit.com pode-se encomendar a publicação, além de obter mais informações sobre aulas e workshops pelo Brasil.